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Foto do escritorMayra Abbondanza

Que histórias contam os nossos objetos?

Atualizado: 11 de mai.




O bomerangue é o nosso objeto mágico, porque foi usado pelo Ernesto na primeira vez em que ele se colocou na frente das crianças com o papel de ensinar como pai-drasto. Com o bomerangue na mão ele disse que a trajetória era circular, portanto a gente precisava cuidar de cada uma das nossas relações, porque uma depende da outra.


O colar indígena que eu comprei na Amazônia tem gosto de proteção. Sinto que ele me cuida energéticamente, por isso dorme ao meu lado. Aliás, quando vi a imagem do meu anjo da guarda, ele era um velho pajé.


O olho turco, que também fica ao meu lado enrolado pelo colar indígena, representa proteção, e o meu encantamento pela Turquia. Quando estive lá minha vida começou a mudar, como se essa porta para o oriente tivesse aberto milhares de questionamentos internos. Hoje o meu monstrinho da curiosidade continua no oriente, já enlouqueci no Japão e estamos com Thailandia agendada para a próxima expedição. Sinto que muita coisa do que ainda preciso viver espiritualmente está por lá. O oriente me encanta por mostrar que temos uma visão superestimada do que seria felicidade. Também amo a sensação de não entender nada do que está escrito e de vivenciar coisas que jamais imaginei. Talvez o oriente me traga essa capacidade de me surpreender, que tanto gosto.

A cruz com a figura de Cristo me traz ao passado, à tradição. É da família da minha mãe, e ficava no nosso berço desde que éramos bebes. Sinto algo bem curioso em relação a isso, porque não acredito em Deus, embora minha fé em Deuses e Deusas - nós - seja imensa.


O sino era do meu avô paterno, algo que sempre lembro estar sempre atrás da sua poltrona favorita. Quando ele morreu foi a única coisa dele que eu quis ficar. Engraçado que ele era um ser de poucos amores, mas arrisco dizer que eu era o maior.


Minhas pedrinhas energéticas, uma de cada canto de alguma cachoeira, rio, poça, que marcam meus passos e me trazem de volta para mim. Elas são espectadoras dos momentos mais reflexivos e encontrados da minha alma, que sempre sorri com a água.


Minha luminária de Chefchaouen, que imortaliza nossa primeira viagem internacional a três, quando levamos o nosso bebê aprendiz de nômade, aos 6 meses, para o deserto do Saara. Sempre que a acendo, volto lá.


Meu jardim de corais, conchinhas e areia das Maldivas, onde o grão de areia é macio. Sim, eu trouxe uma garrafa de areia na mala e me arrependo… De não ter trazido mais!

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